Novo canal de informação da Medialivre vai chamar-se News Now

Grupo Medialivre já tem luz verde do regulador dos media para avançar com o novo canal de informação. Ex-primeiro-ministro António Costa e cardeal Américo Aguiar serão comentadores.

A deliberação, assinada pela ERC esta quarta-feira, revoga uma deliberação do regulador de dia 10 de abril, que não chegou a ser efetivada. Nesta, era autorizado “o exercício da atividade de televisão através de um serviço de programas temático, de cobertura nacional e acesso não condicionado com assinatura, denominado Canal9“.

O nome Canal9, que deu entrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) no dia 20 de fevereiro com um pedido de registo, pressupunha que seria esta a posição ocupada pelo novo projeto do grupo também dono da CMTV, do Jornal de Negócios ou do Record, o que pode não se confirmar em todos os operadores.

O News Now, pretende posicionar-se num segmento informativo, para “reforçar a informação de qualidade e de referência para os públicos mais qualificados, colocando o foco principal da grelha noticiosa nas temáticas políticas, económicas, nos grandes desafios da civilização, como o aquecimento global ou a inteligência artificial, na informação internacional, em particular a relacionada com o espaço europeu (…). O projeto “criará ainda o ambiente mais propício à inovação digital e ao aprofundamento da oferta online e multiplataforma (…) um caminho para a informação de qualidade (…).”, lê-se na deliberação da ERC.

O canal, que pretende chegar a “novas audiências, nomeadamente nos segmentos premium e mais jovens“, vai levar à criação de 58 novos postos de trabalho, 26 na área editorial e 32 nas áreas técnicas e de apoio.

O lançamento do News Now, ainda sem data completamente fechada, pode avançar ainda antes do verão. O comentário, e os espaços de frente-a-frente serão uma das apostas do canal que, como Marques Mendes avançou no seu comentário de domingo na SIC, conta com o ex-primeiro-ministro António Costa como comentador. O Observador também já avançou o nome do cardeal Américo Aguiar, bispo de Setúbal, responsável pela organização da Jornada Mundial da Juventude de 2023 e ex-presidente do Grupo Renascença Multimedia como comentador. Judite de Sousa, que já participou, na CMTV, na cobertura das eleições legislativas, é outro dos nomes apontados, embora não confirmados, como um dos rostos do canal.

O novo projeto de televisão da Medialivre, que agora sabemos que se chama News Now, será liderado por Carlos Rodrigues, diretor-geral editorial do grupo, terá Paulo Oliveira Lima como diretor-executivo, avançou o Correio da Manhã a 14 de março. “O jornalista liderará a preparação e conceção de todo o desenho tecnológico, organizativo, gráfico e videográfico do futuro projeto televisivo“, explicava o título.

No início de março a Medialivre inaugurou um novo estúdio de televisão, um espaço com 200 metros quadrados e que permite a criação e utilização de vários sets em simultâneo, com câmaras robotizadas. O espaço, escrevia o título, foi construído a pensar na noite eleitoral de 10 de março, mas irá também servir o futuro próximo da estação.

“A ideia foi melhorar a capacidade de resposta para as eleições, mas, na verdade, esta é uma infraestrutura fundamental para a Medialivre, porque esta é uma casa de notícias, onde temos uma forma muito simples de enfrentar o mundo: com trabalho. E por isso, com este espaço abrimos novos mundos ao mundo das notícias”, dizia no CM.

Com a CMTV registada como canal generalista, o novo canal do grupo tenderá a posicionar-se para concorrer com a SIC Notícias e a CNN Portugal. “O segredo é o posicionamento”, comenta fonte próxima do processo no início de março. E o posicionamento passará pelo lançamento de um canal premium com capacidade para atrair novos segmentos de público e reforçar a penetração em televisão do grupo que também dono do Jornal de Negócios, do Record e da Sábado.

Sobre o impacto que o novo canal terá nos restantes, Rodrigo Albuquerque dizia que a resposta dependerá muito do posicionamento do novo projeto. Ou seja, será necessário perceber “se será apenas mais um canal de informação, ou se, por outro lado, procurará vir dar resposta a alguma tipologia de procura específica, ocupando um posicionamento novo que possa não estar ainda a ser tão bem explorado pelos canais existentes”.

“Acredito que haverá espaço para que isso possa acontecer. Assistimos neste momento a um consumidor cada vez mais polarizado e a audiências cada vez mais fragmentadas e nesse sentido abrem-se também novas oportunidades”, acrescentava o managing partner da Arena Media.

FONTES : MAGG ; ECO ; Expresso

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