Anacom diz que serviço TDT desilude e alerta para conflitos de interesses da MEO

Anacom diz que há conflitos de interesse na Meo, que distribui a TDT, mas vende serviços concorrentes de televisão em fibra e satélite. Regulador sugere alteração ao modelo de negócio.

A Televisão Digital Terrestre (TDT) tem ficado aquém do que eram as expectativas iniciais, conclui um estudo promovido pelo regulador, que sugere uma alteração no modelo de negócios e alerta para os conflitos de interesses da Meo.

O documento, divulgado na página na internet da Autoridade Nacional para as Comunicações (Anacom), diz ainda que, se o caminho actual for mantido, “a penetração irá continuar a decrescer e os utilizadores da TDT serão indubitavelmente as populações de menor rendimento disponível, do interior e com menos apetência tecnológica”.

Por outro lado, acrescenta, “aumenta, sobretudo entre as novas gerações, a visualização de conteúdos através de outros meios (como a internet ou o móvel, em detrimento do tradicional aparelho de televisão, em casa) o que pode significar, nas novas gerações, uma redução do consumo através de pacotes”.

Estudo sobre alargamento adicional da oferta de serviços de programas na TDT, promovido pela Anacom, sugere que a mobilidade “é outra das ofertas que podem ser desenvolvidas na plataforma da TDT”, embora possa trazer um “impacto significativo” em investimento na rede, caso se pretenda manter a cobertura semelhante à actual. “Em caso de se oferecer uma cobertura mais restrita para captar segmentos específicos de utilizadores, o investimento pode ser mais moderado e compensador do ponto de vista de negócio”, sugere.

O estudo diz ainda que a oferta de pacotes que combinem Tv + Internet (em parceria com operadores de banda larga) “pode ser atractivo para o mercado da TDT, indo buscar utilizadores à faixa de utilizadores do cabo que consomem os pacotes mais básicos”.

Os autores do estudo reconhecem que os hábitos da visualização da televisão estão a mudar e que isso “pode ser visto como uma ameaça ou uma oportunidade”. “Por um lado, cada vez mais se está a optar pela visualização não linear de conteúdos, uma funcionalidade que a TDT em Portugal não apresenta de uma forma consistente e que as outras plataformas alternativas apresentam de uma forma massiva”, afirma o estudo, sugerindo que a Televisão Digital Terrestre “deveria equacionar a apresentação de uma oferta competitiva com a inclusão desta funcionalidade”.

Quanto aos canais televisivos, o estudo refere que “a taxa de crescimento do share da RTP3 quando entrou na TDT pode ser um bom indício do interesse dos canais na plataforma”. Sublinha ainda que, “nas entrevistas realizadas, todos os operadores actualmente presentes na plataforma (RTP, SIC e TVI) demonstraram interesse na introdução de mais canais”.

Os autores do estudo lembram que a nível internacional foram identificadas novas ofertas de serviço, “baseadas em novos modelos de negócio de canais baseados em vendas, em entretenimento/jogos ou em publicidade, que muitas vezes sustentam operações de TDT e em que os canais tradicionais são remunerados (ou pagam valores reduzidos) para estarem presentes nessas plataformas e serem apenas “geradores” de tráfego”.

Contudo, recordam, em termos do operador de TDT, “não parece possível que o actual detentor do DUF [Direito de Utilização das Frequências] tenha qualquer incentivo para o alargamento da oferta, a introdução de novos canais e serviços ou a valorização da plataforma no seu todo. Isto porque o modelo de negócio definido (em termos das regras de pricing) e o seu claro conflito de interesses (por ser também detentor de uma plataforma concorrente) assim o determinam”.

A este nível, o estudo diz que “deve ser ainda analisada e equacionada a implicação, em termos de conflitos de interesse, da Meo – empresa titular do DUF – ser a mesma (ou estar inserida no mesmo grupo de empresas) que um operador concorrente à TDT – o operador de TV por cabo e satélite da Meo”. “Acresce a este facto que a Meo formalizou ainda uma oferta sobre o Grupo Media Capital, onde se encontra a TVI, um dos clientes do serviço do titular do DUF”, sublinha.

Quanto aos poderes públicos (nos quais se podem incluir a ANACOM, a Entidade Reguladora para a Comunicação e os titulares do poder executivo) “denota-se uma clara vontade de avançar (…) para o alargamento da oferta e a introdução de novos serviços que potenciem o serviço da TDT e vão mais ao encontro das expectativas criadas por esta plataforma”.

“No entanto, tudo isto é feito num cenário de contenção orçamental do nosso país, pelo que os valores disponíveis para investimento público não são significativos”, considera o estudo promovido pela ANACOM, sugerindo que “os valores provenientes da venda do dividendo digital 2, com a libertação das frequências da faixa dos 700 MHz para outras actividades” podem obviar a situação.

Como opção para o futuro, o estudo sugere a alteração do modelo de negócio, permitindo uma clara separação entre a transmissão e a agregação de conteúdos. “O agregador de TDT deverá ser livre de escolher a rede em que irá operar (caso haja essa oferta no mercado) e concentrar-se no seu negócio core – o desenvolvimento da plataforma, através de canais, novos serviços, funcionalidades adicionais e de uma cobertura do território e qualidade de serviço que possam ser competitivas com as outras plataformas de televisão”, acrescenta.

 

Fonte: Publico.pt

Policia chinesa começa a usar óculos inteligentes com reconhecimento facial

 

A polícia chinesa começou a usar óculos equipados com câmaras de reconhecimento facial para identificar fugitivos que viajam de comboio. Embora a corporação tenha dito que os óculos vão identificar pessoas usando documentos de identidade falsos ou que estão a viajar para fugir de mandados de prisão, muitos estão preocupados com a possibilidade de a China utilizar a tecnologia para visar minorias. A China já foi acusada de usar tecnologia de reconhecimento facial para “cercar” a minoria muçulmana Uighur, no noroeste da região de Xinjiang.

Os óculos basicamente automatizam o processo de pedir o documento de identidade. Quando o policia olha para alguém, a câmara acoplada aparentemente tira medidas precisas do rosto da pessoa. Essa medição é então comparada com uma base de dados dos indivíduos, cada qual com as suas medições registadas. A tecnologia é, supostamente, capaz de determinar uma ligação entre pessoa e registro numa questão de segundos. Quanto a quem apanha o comboio, a polícia quer garantir que o passageiro não esteja a viajar com o documento de identidade de outra pessoa.

Nos Estados Unidos, manifestantes políticos geralmente são contra a polícia colocar as pessoas em bases de dados que não diferenciam suspeitos de cidadãos, embora a abordagem policial da China seja diferente. A China exige a recolha de dados biométricos dos seus cidadãos, e o reconhecimento facial  tornou-se algo comum nas câmaras de todo o país.

Essas ferramentas são assustadoras, mas o reconhecimento facial representa um ponto sem retorno na vigilância policial. No caso dos novos óculos, a polícia procura verificar todas as pessoas numa base de dados de passageiros, portanto, o simples fato de ser observado é tanto uma busca quanto um processo de identificação. Os defensores da privacidade expressaram preocupações parecidas no ano passado quando a Axon, antiga Taser, começou a explorar câmaras acopladas nos uniformes equipadas com reconhecimento facial.

Este sistema aumenta significativamente os poderes de processamento de informações dos policias. Pode levar, digamos, horas para que um policia verifique 200 documentos de identificação, mas esta tecnologia, em teoria, pode fazer o mesmo em minutos, se funcionar como foi descrita. Essa rápida melhoria nas capacidades dos policias de identificar, vigiar e processar informações das pessoas trará consigo novas preocupações quanto à autoridade policial.

É possível que o headset, que é bastante parecido com o Google Glass, seja capaz de fornecer informações sobre uma correspondência entre um documento apresentado e o rosto de um passageiro, mas os detalhes são escassos. Os óculos foram, supostamente, desenvolvidos pela LLVision Technology, em Pequim.

Embora os óculos inteligentes como os Google Glass tenham fracassado comercialmente, dispositivos wearable para as policias são basicamente inevitáveis. Da Alexa nas viaturas a câmaras acopladas ao corpo que capturam tudo, os policias, em breve, terão um imenso poder tecnológico à disposição. Se puderem melhorar suas capacidades de investigação dessa maneira, é mais importante do que nunca que nós, também, aumentemos nossas protecções de privacidade, ou arriscamos a perdê-la.

 

Espectáculo de luz com 1.218 drones da Intel bate recorde mundial nos Jogos Olímpicos de Inverno

 

A Intel bateu o recorde mundial de maior número de drones a voar simultaneamente durante a cerimonia de abertura Jogos Olímpicos de Inverno, em Pyeongchang, na Coreia do Sul.

A operação, que foi previamente gravada, utilizou 1.218 drones Shooting Star da Intel, que estão projectados especificamente para fins de entretenimento.

As aeronaves estão equipadas com luzes LED que podem produzir incontáveis combinações de cores e a frota é controlada inteiramente por um único piloto. Além disso, a empresa também projetou e desenvolveu as animações para a cerimonia de abertura.

Controlados remotamente por um computador, os drones dançaram pelo ar, formando símbolos olímpicos, como os clássicos cinco anéis, uma pomba a bater asas, um snowboarder, entre outros.

A performance tecnológica que bateu o recorde mundial foi gravada e uma versão menor, com 300 drones, deveria ocorrer em directo. No entanto, por questões de segurança (muitos espectadores estavam diretamente por baixo de onde os drones se apresentariam), o comité olímpico decidiu não executar a performance em directo.

O recorde mundial do maior número de drones a voar simultaneamente até agora era também da própria Intel – uma apresentação com 500 drones que ocorreu em 2016 na Alemanha. A empresa também utilizou 300 dos mesmos drones Shooting Star numa promoção do filme wonder women em 2017.

Uma nova apresentação com os drones está marcada para a cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno no dia 25, mas ainda não se sabe se o comité olimpico permitirá que ela seja feita em directo.

 

 

Fonte: Gizmodo